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terça-feira, 9 de junho de 2009

Análise do Poema II - aplicando os conceitos

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Número de versos: 14
Nùmero de estrofes: 4

Percebemos no poema acima que ele tem 14 versos divididos em quatro estrofes. Duas estrofes têm 4 versos (são chamadas de quartetos) e outras duas têm 3 versos (são chamadas de tercetos).
Sempre que um poema tiver 14 versos divididos em 2 quartetos e 2 tercetos, nós o chamaremos de soneto.
Se notarmos o final de cada verso, encontraremos sons coincidentes que obedecem a uma organização. Esses sons coincedentes são chamados rimas. Veja: atento-tanto-encanto-pensamento/ momento-canto-pranto-contentamento / procure-vive-ama / tive-chama-dure.
Se atribuíssemos um número para cada rima diferente usada pelo poeta, teríamos a seguinte sequência, como vimos em aula, 1-2-2-1/1-2-2-1/4-5-6/5-6-4 (ou em letras: abba/abba/cde/dec). Assim, podemos concluir que o poeta não distribui as rimas aleatoriamente, mas obedece a uma sequência, afim de gerar um efeito rítmico e melódico.
Passemos, agora, para a compreensão do poema:
É importante notar que o poeta, ao compor o poema, costuma inverter a ordem das palavras, a fim de encaixá-las na forma que ele pretende usar: por exemplo, um soneto. Então na primeiro verso do poema, onde lemos: "De tudo ao meu amor serei atento", se organizarmos na ordem de sujeito-verbo-complemento, teremos "(eu) serei atento ao meu amor de tudo" ou "De tudo (eu) serei atento ao meu amor".
Nas duas primeiras estrofes o poeta faz uma promessa à amada. Essa promessa consiste em ser fiel à amada em todas as situações, vivendo o amor nos momentos alegres e tristes. Já nas duas últimas estrofes ele diz que quando a morte ou a solidão vierem ao seu encontro, ele poderá dizer que viveu o seu amor (e sua fidelidade) intensamente enquanto seu amor durou, pois o amor, segundo o poeta, não dura para sempre.
Reparem que no verso "amor é chama" ele estabelece uma comparação entre os dois elementos. O amor é chama porque aquece, ilumina, mas também porque, como a chama, não dura para sempre, apaga-se. Aqui temos uma metáfora, como aprendemos em sala.

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