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terça-feira, 23 de junho de 2009

Análise de Poema - outra leitura

Leia o seguinte poema:
1 Discreta e formosíssima Maria,
2 Enquanto estamos vendo a qualquer hora
3 Em tuas faces a rosada Aurora,
4 Em teus olhos e boca o Sol e o dia:
5 Enquanto com gentil descortesia
6 O ar, que fresco Adônis te namora,
7 Te espalha a rica trança voadora,
8 Quando vem passear-te pela fria:
9 Goza, goza da flor da mocidade,
10 Que o tempo trota a toda ligeireza,
11 E imprime em toda a flor sua pisada.
12 Oh, não aguardes, que a madura idade
13 Te converta em flor, essa beleza
14 Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
O poema acima pertence a Gregório de Matos, poeta do século XVII de origem portuguesa, mas que viveu na Bahia. Como vocês verão no Ensino Médio, ele pertence a um movimento artístico chamado Barroco.
Primeiramente, compreendamos o poema. Na primeira estrofe, o poeta se dirige à sua amada e futura esposa dizendo que o rosto dela é como o nascer do dia. Na segunda estrofe, ainda admirando a beleza dela, o poeta diz que o vento nos cabelos de sua amada é como se a divindade dos ventos (Adônis) quisesse namorá-la. Diante de tamanha beleza, o poeta, na terceira estrofe, aconselha-a a aproveitar a juventude e faz um alerta: o tempo passa rápido e nem sempre ela será tão bonita quanto é. Na última estrofe, ainda estimulando a amada a aproveitar a vida, o poeta aconselha-a a não esperar o envelhecimento e a morte.
Assim, notamos que o poema nos mostra como o tempo passa implacavelmente para o ser humano, que tende a perder a beleza da juventude.
Notamos também que, quanto à forma, o poema é um "soneto", uma vez que é composto de 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos.
Ao comparar a amada ao nascer do dia, o poeta cria uma metáfora, pois ele compara duas coisas diferente que têm em comum a beleza.
Há outras metáforas na 3ª estrofe, uma vez que ele compara a mocidade a uma flor, devido ao fato de as duas serem belas e passageiras, e compara o tempo a um cavalo, pois ambos são velozes e implacáveis.
O fato de "o tempo trotar" poderia também caracterizá-lo como uma personificação, já que estamos conferindo uma atitude própria de ser vivo a uma ser não vivo.
Por fim, o poeta, que antes tinha comparado sua amada ao nascer do dia, algo que ocorrerá mais vezes, agora a compara a uma flor, que não dura tanto tempo. E a partir da flor o poeta diz que um dia a amada se transformará "em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada", indicando que, como todo ser humano, ela envelhecerá e morrerá.

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